Resumo |
"Em 1973, o Paulo Emílio (Paulo Emílio Salles Gomes, marido da autora) contou que tinha um amigo que estudava a estrutura da bolha de sabão. Aquilo me lembrou a minha infância, soprando bolhas e correndo atrás delas com o instinto perverso de estourá-las. Então comecei a imaginar que a bolha seria um símbolo do amor, que é frágil como película, fácil de ser rompida, e ao mesmo tempo é beleza e plenitude", revela Lygia.
O livro levou quatro anos para ser escrito. A inspiração foi abalada em 1977, com a morte de Paulo Emílio. A coletânea somente seria publicada em 1978, com uma alteração. A pedido do editor, ele foi lançado com o título Filhos pródigos, sem obter grande repercussão.
Até que quase 20 anos depois, Lygia Fagundes Telles recebe uma carta de uma editora francesa interessada no livro, mas pedindo para mudar o título para La structure de la bulle de savon. Seria acaso? Não para Lygia: "Eu acredito demais em histórias circulares, uma espécie de predestinação: o livro recuperou seu nome original, inclusive no Brasil, onde foi reeditado em 1995."
Através da leitura de A estrutura da bolha de sabão é fácil entender por que a obra da autora é considerada uma das mais expressivas do país. São contos afiados e cruéis, que têm o acaso e a ruptura como temas centrais...
Por vezes são armas pontiagudas. Perfeitas para estourar bolhas de sabão. |