Resumo |
Este trabalho consiste no estudo das representações de modelos heróicos utilizados pela Indústria Cultural dos Estados Unidos nos quadrinhos de aventura, concentrando-se a análise no período dos anos da Grande Depressão até o final da Segunda Guerra Mundial. A partir de teorias que levam em consideração o imaginário social, a semiótica e as matrizes culturais herdadas de diversas expressões literárias, incluindo as da Idade Média Central, os personagem dos quadrinhos de aventura, a exemplo do “Príncipe Valente”, constituem uma resposta aos medos, anseios e expectativas que à época circulavam na mídia jornalística. As características da índole cavaleiresca proveniente das tradições literárias do Ocidente, ao permearem a construção dos mais conhecidos heróis de quadrinhos criados nos anos 30 e 40, passaram a contribuir com um amplo sistema propagandístico que promovia ideologias liberais e modelos racionalistas ante o que então a imprensa difundia como ameaças ao status quo estadunidense. Na forma de anti-propaganda aos fascismos e de compensação ao chamado “perigo amarelo”, as narrativas de aventura e heróis de quadrinhos traziam consigo, além das matrizes medievais, elementos característicos da própria formação histórica e sociocultural dos Estados Unidos. |