Resumo |
Um estojo escolar, um buraco no chão, uma calculadora. Para a maioria das pessoas não há nenhum mistério nos objetos cotidianos. Já para Carlos Heitor Cony, um dos escritores mais importantes do Brasil, eles são portas que nos levam para outra dimensão, onde tudo é mais do que parece. Valendo- se de um texto simples e elegante e de uma mente inquieta, ele nos transporta para lá com facilidade. Cony consegue essa proeza porque no fundo, continua sendo o menino curioso que passou a infância observando o mundo com um misto de fascínio e medo. Em um dos textos reunidos neste livro, Carlos Heitor Cony fala, com humor, das maravilhas que o homem ainda não inventou. Ele diz que um de seus amigos tem certeza de que, no futuro, poderemos viajar para o exterior sem a ajuda de aviões. "Aproveitando a rotação do nosso planeta, uma almanjarra qualquer que ainda será criada nos levará a uma certa altura, e lá de cima esperaremos que a Terra gire até o ponto onde queremos saltar. Posso sair daqui da Lagoa ao meio-dia e meia e almoçar na Groenlândia à uma da tarde, sem esforço, sem apertões e por baixo custo. O problema é que - Deus é testemunha - não tenho nenhum interesse em almoçar ou jantar na Groenlândia." É desse jeito, combinando inteligência, um olhar atento e um texto ao mesmo tempo rico e coloquial, que o escritor examina o futuro e o passado nas suas crônicas. |