Resumo |
“O macaco que se fez homem” teve uma única edição no final de 1923. Relançado pela Editora Globo, este livro de Monteiro Lobato oferece aos leitores dez contos que revelam as qualidades de observação afiada e humorismo típicos do autor. Segundo os jornais da época, nestes textos os costumes brasileiros são fotografados com uma agudeza que expõe, sem indulgência, os defeitos e os aspectos anedóticos dos seus personagens. As virtudes de Lobato de estudioso implacável dos hábitos da nossa sociedade apuram-se e ampliam-se nos contos de “O macaco que se fez homem”. “Raros entre nós são os que conseguiram afirmar a sua personalidade na prosa com tamanha galhardia e com tão acentuados traços característicos”, registrou a imprensa na ocasião. Com sua linguagem leve e ao mesmo tempo cativante, o escritor conseguiu, ainda de acordo com os críticos do período, a espantosa proeza de ser apreciado por todos os brasileiros, incluindo, nos serões domésticos, até a parcela da população que não sabia ler. Monteiro Lobato abre este volume de contos com uma parábola inspirada nas teorias de Darwin seguida de histórias nas quais desfilam figuras tragicômicas, que surpreendem e emocionam. Mas ele evita reflexões graves e sisudas, optando por exibir os personagens em toda a sua dimensão humana. |