Resumo |
A Sra. Flanders vê o teimoso filho pequeno Jacob apanhar na praia um crânio de ovelha. Timmy Duurant sai de barco pela costa da Cornualha com o amigo Jacob Flandres. Fanny Elmer se decepciona que Jacob irá viajar e a esquecerá. Bonamy é o amigo que instiga e confronta intelectualmente Jacob. Que recebe cartas da mãe em Cambridge, que viaja pela Europa conhecendo pessoas e artes, que se tranca em seu quarto, e na biblioteca do Museu Britânico e seu espírito livre vagueia pela literatura. Costurado no silêncio, Jacob é a impressão que os outros têm dele, em cenas esparsas, personagens que se apresentam, desaparecem para, quem sabe, aparecer outra vez.
O quarto de Jacob, de 1922, é o primeiro livro experimental de Virginia Woolf. E as técnicas narrativas aqui utilizadas ainda causam, quase cem anos depois, a mesma estranheza que provocaram no início da segunda década do século passado. Mas é uma estranheza que vem acompanhada das recompensas e prazeres do novo e do inesperado. Está enxertado de pequenos ensaios sobre a ilusão identitária, sobre as mazelas do patriarcado, sobre os horrores da sanha militarista. Mas também há ilhas e remansos de pura poesia, de um lirismo deslumbrante, de um prazer estético radical e cristalino.
Ler O quarto de Jacob é uma experiência, existencial e, literariamente falando, transformadora.
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