Resumo |
Reconhecido por seu distinto talento literário, Oscar Wilde também atrai grande interesse em função de sua vida pessoal, cuja reconstituição baseia-se em partes nos escritos biográficos e não ficcionais – dentre os quais o mais famoso talvez seja a epístola “De profundis”. Já um autor prolífico e renomado, Wilde se envolveu com o jovem britânico Lord Alfred Douglas, a chamava de Bosie. Numa época em que a homossexualidade era considerada crime, a relação amorosa acabou custando ao escritor irlandês uma sentença de prisão por “indecência grave” em maio de 1845. Isolado da sociedade, Wilde continuou ocupando-se das letras enquanto estava encarcerado. Numa dessas ocasiões, escreveu uma carta a Bosie que ganharia o título latino de “De profundis”. Referência à passagem bíblica do salmo 130, a expressão – em português, “das profundezas” – metaforiza uma terrível angustia e, segundo alguns críticos a morte. A epístola dá conta das dificuldades sofridas por um Wilde flagrantemente amargo e queixoso, que revive episódios de sua relação com Bosie por meio da escrita e reflete sobre a humanidade e os dilemas éticos da sociedade. |