Resumo |
O vasto acervo, legado por Vinicius de Moraes, de poemas inéditos, hoje nos arquivos da Fundação Casa de Rui Barbosa, se parece com um jogo de armar. Debruçada sobre essa montanha de versos, a romancista Ana Miranda pinçou, com a delicadeza e o rigor que os leitores já se acostumaram a encontrar em suas ficções históricas, as preciosidades que compõem este Jardim noturno. Montado o jogo, aparece não só a força de sua poesia, mas um precioso retrato do poeta.O livro deve ser lido, antes de tudo, com um olho fixado na figura de Vinicius. Se esses são poemas que ele preferiu não publicar, ou não teve tempo de publicar, é o que menos importa. São, de fato, versos de extrema intimidade. Contorções interiores, retratos das paisagens por onde circulou, homenagens a amigos mortos, sonetos moldados pelo calor do transitório, confissões cifradas como sonhos noturnos. |