Resumo |
“O testamento” é um relato pessoal do poeta sobre sua arte, sobre si mesmo e sobre sua época. E ganha ainda maior importância histórica por ter vindo a público apenas na década de 1970.
A presente edição inclui a reprodução fac-similar do manuscrito do autor, lado a lado com a tradução direta do alemão. Sob certos aspectos, “O testamento” se insere em uma série de reflexões de poetas sobre o seu fazer, que remontam ao romano Horácio, e que versam sobre o conflito fundamental de quem serve a dois amos - de um lado, o mundo, a mundanidade, o amor, a vida prática; de outro, as exigências quase monásticas que a obra por vezes exige para ser realizada. Mas, ao mesmo tempo, “O testamento” também se insere em uma outra série, particularmente moderna, inaugurada em 1852 por Edgar Allan Poe com a 'Filosofia da composição', em que descreve o processo criativo de um poema. Se 'O testamento' não trata diretamente da poética das Elegias de Duíno, aborda, complementarmente, o contexto histórico-cultural do poeta e suas condições existenciais. |